2.15.2013

- Pai, deixei a minha mala no autocarro, tinha lá os chocolates que me deste.
- Não chores! Anda, vamos ficar aqui no terminal e perguntar a todos os motoristas se viram a tua mala, até a encontrarmos.

Lembrei-me disto hoje e deu-me vontade de chorar. Não com aquelas lágrimas de criança mas aquelas que saem da alma, que fazem doer. Porque de repente percebi que o meu pai não pode mais pegar no meu rosto para me limpar as lágrimas, segurar a minha mão para ir procurar a mala que eu me esqueci, nem levar-me as cavalitas. Hoje vejo-o quieto no sofá, sem nada com que se ocupar, com alterações emocionais repentinas, com desiquilibrios. Olho para ele e já não vejo o meu pai, só um rosto trancado com atitudes frias. Hoje em dia, já mal falamos e vivemos na mesma casa. Como as coisas mudam e como essas mudanças fazem doer...

1 comentário:

  1. Anónimo2/17/2013

    É, às vezes as coisas mudam tanto que doí imenso.
    Já não tenho qualquer tipo de contacto com o meu pai, já não oiço a voz dele à anos, e quando lembro de coisas que ele dizia-me ou fazíamos juntos quando era criança, vêm-me sempre as lágrimas aos olhos. Beijinhos*

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Kisses *C*