7.07.2012
fortaleci-me
Estava a fazer um trabalho quando oiço o telemovel tocar, do outro lado a voz da minha irmã soluçava a tentar explicar-me alguma coisa. Aflita tentava que ela me conseguisse dizer o que eu mais temia ouvir, o meu pai tinha sido internado. Durante horas de angústia esperei que ela me pudesse ir buscar e seguimos para o hospital, disseram-nos que ele estava no corredor onde permanecera grande parte do dia, sem qualquer cuidado. Ao chegarmos avistei de longe o estado lastimável de alguns doentes em macas, provavelmente na mesma situação que o meu pai. A minha irmã fez questão de ir a frente, pediu-me que eu esperasse para ir a seguir, mas quando ela chegou de novo junto a mim vinha lavada em lágrimas, o segurança disse que eu podia ir mas ela impediu-me, disse que era o melhor para mim. Fomos embora e a certeza de que estava tudo pior do que eu pensava atormentava-me. Não dormi nessa noite. Passei uma semana sem o ver, fortaleci-me sozinha, nunca chorei, a minha irmã precisava de mim e chorar com ela não ia resolver nada, por isso permaneci estável do lado dela, para a apoiar. Finalmente chegou o dia em que me levaram a vê-lo, esforcei-me muito para conter as lágrimas que insistiam em querer cair por ver estado em que o meu pai estava, doeu muito. Segurei a mão dele, até ouvir "a culpa de eu estar aqui é tua", fiquei sem chão... Sai dali a correr e o choro apoderou-se de mim, solucei incessantemente, nunca mais quis lá voltar. E até hoje não sei porque é que ele me disse aquilo...
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a sério, o te pai disse mesmo isso??
ResponderEliminarsim, disse!
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